quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Neste momento...

Tratando-se de buscar os frutos e não os dons, tudo fica mais difícil. O diagnóstico que me deram eu rejeitei enquanto pude. No passado eu fui tão boba alegre que nada me atingia. Tudo era motivo de reações explosivas, sendo estas amorosas ou não, me faziam bem. Tirava a paz de todos e conservava a minha. E como é interessante este apego ao que se tornou antigo, com o tempo, a força também envelheceu e se não foi renovada há um problema na fonte escolhida para isso.
É tão bonita a facilidade de reconhecimento, mas tão medíocre o raciocínio auto-pejorativo. E tudo é fruto do extremo cansaço emocional. Qualquer sopro pode me derrubar, de tronco e raíz, passei a ser a folha ressecada. A desunidade e a falta de perdão sugaram a energia doce de viver que me conduzia. Tudo era amor e alegria, os problemas eram rima para as melhores piadas.... novamente, remetendo-me ao passado. Como isso é feio. Quanta fraqueza e fulga do presente que bloqueia qualquer provável observação positiva do momento.
E discursos bonitos não me ajudam, nem palavras duras que escrevem a verdade. A ajuda não me alcança por eu não permití-la. Até quero, só não consigo.

Faz tempo que o declínio me carrega e nenhum sorriso mais é capaz de me sarar. Minhas palavras tem-me feito perder tudo. Meus medos me transformaram em assombração. Talvez um abraço sincero possa me curar. Tenho esperança na distância que transforma as origens apenas em recordação momentânea. Que a passagem de partida chegue antes de eu acordar,pois a mala já está pronta, só me resta decolar. Que o tempo desapareça para ser esquecido e eu nunca mais me remeta ao passado, pois se tornará desconhecido... e que o silêncio que produz paz, seja pra sempre, meu único e melhor amigo.

Me ame quando eu menos mereço, porque realmente é quando eu mais preciso.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Darkdays D²

Finalmente resolvi pedir uma forcinha em vez de bancar a "fortona" e tenho recebido ajuda. Durante uma sábia conversa, eu descobri algumas verdades como por exemplo: quando passamos por algo doloroso que gera um 'quase' trauma, toda situação semelhante nos faz sentir a mesma intensidade de medo, dor e tristeza. Mas de fato, são situações diferentes e dores diferentes, a tendência é ser cada vez menor o impacto, uma vez que já estamos mais resistentes. Se não atentarmos a isso, o "monstro" nunca vai morrer e as reações serão mais dramáticas, com menos razão.
.... é..... verdades......
Muito ranger de dentes no esforço de mudar o humor, o ânimo e apagar o negativismo. Fulga da sequência: não, negativo, jamais, nunca, no way, forget it, já era, impossível, cansei, desisto, renuncio, apago, risco da lista, desligo, anulo, não aguento, ignoro... ¬¬

Então, no pouco que me resta, levo uma rasteira. "me ajude aqui, por favor, a entender..." (...) mailto:$#@*&%$. Não merece registro =(
E só por causa disso (mistério), o dia acabou. Percebi que não foi o fato, foi o momento. Não foram as palavras, foi o tom de voz. Por fim, entendi que se não fosse pelo que tenho sido, eu reagiria de forma mais forte, dando menos relevância.

Parece que o veredicto foi dado sem contraditório, ampla defesa e muito menos imparcialidade. Todo mundo mereceu a felicidade e realização dos sonhos, a felizinha - "docinho" - da galera acabou escorregando e sendo jogada junto com as mágoas, no mar do esquecimento (será que foi soberania do princípio da eqüidade?).
"Pediu pelo câncer que a destruíu"
Ainda tenho que ouvir os repetidos jargões hipócritas "porque se isso for te incomodar, eu mudo agoooora. Não acontecerá, ... xu-ru-me-las". Mesmo que tudo esteja normal e obedecendo às regras da vida ("shit happens") pra quê gastar saliva e tempo com discursos assim? E mais, pra quê tanto discurso? Provavelmente o tempo já teria resolvido tudo com mais sabedoria enquanto o silêncio preservaria da dor de promessas não cumpridas. É assim mesmo, nada vai mudar.

E se mudasse, não resolveria. Quem me dera fossem esses/aqueles a raíz de tudo isso. Tudo? Que tudo? Pôxa, traída pela essência... o confuso se desconhece e tenta se explicar com contradições pra nunca cair no reconhencimento de tamanha auto-incompreensão.
Falta de força? amigos? abraços? oração? rituais? farras? perdão? drogas? descanso?
Não. Falta de... descubra pra mim por favor?

Esquece, essa prosa vai ficar para uma próxima sentada na varanda. Estamos todos muito ocupados para o que não é novidade.

Também descobri o quanto somos substituíveis, até a torcida do flamengo é! Refleti e consegui me lembrar de algo que não é, por experiência própria pude definir; bebi remédios, fiz sessão do descarrego, fui a bares, bebi, beijei, fiz "amigos", comi doces, sorri muito e depois chorei, por não ter sido curada.

Voltei-me para o que não encontrei nos outros caminhos, e agora, é tentar desfrutar... será que tanta experiência não passou de pura emoção? Chega de perguntas. Dormir não cura, mas tira o cansaço... D² =/

domingo, 10 de agosto de 2008

Lágrimas de um violão

Começa a piadinha na semana do dia dele. "Eu nao vou ficar pedindo presente...mas minhas filhas sabem q um violao com as cores da bandeira do flamengo é o presente ideal...quem sabe eu nao acabo ganhando?!" hehehe... Com brincadeirinhas de jogar indireta, ele sempre nos ajuda a acertar no presente certo. De chinelo à CD do Guilherme Arantes, é fácil acertar com um pai de personalidade atípica.
Na sexta-feira a Lara me informa "Mel,eu e a tita queremos comprar um violao pro papai". Logo eu disse "Tem q ser em taguatinga, o preço é mais favorável e encontraremos vários modelos."
Sábado fomos executar o planejado. Eu e a Lara, sem carro, carona e sombra, peregrinamos de metrô até Taguá-center. Toda aquela muvuca nos empurrando, mas fomos cantando, saltitantes, fazendo palhaçadas no meio da rua. Chegamos em uma loja e logo vimos o mais bonito, pegamos sem olhar o preço. Depois fomos estudar a qualidade do produto; cordas de aço, propagação do som com maior proporção, da marca Eagle, cor linda, modelo clássico, afinador digital e entrada para amplificador. UAU!! Pensei "se é pra fazer dívida, vamos caprichar. Vamos dar um violão novo em troca de um velho, então, que seja novo de verdade."
O violão velhinho já tem mais de 20 anos, esse aqui poderá durar os próximos 30.
Levamos sob o sol ardente, eu e larinha caminhando e sorrindo, felizes por poder comprar um presente tão bom pro papai. Não sabíamos ainda o impacto que ele causaria, mas o sorriso cheio de gratidão era previsível. Chegamos em casa e escondemos. No domingo pela manhã, fomos dar "feliz dia dos pais" ainda de pijamas, ele ficou procurando o presente e fazendo gracinha (como sempre...). Quando a Lara chegou com o violão, o papai não conseguia reagir; começou a falar "Não, pera aí, eu tava brincando!!" eu logo avacalhei "relaxa pai, dentro da capa só tem chocolate...". Quando ele abriu a capa e viu o violão, seus olhinhos brilhavam como de uma criança que entra na disney. Não, não, olhos de uma criança do sertão nordestino que ganha uma sardinha e uma garrafinha de água fresca.

Então ele começou a testar; afinou as cordas e começou a dedilhar sem tirar os olhos do instrumento. Aos poucos, ainda com a garganta provocando tosse, começou a louvar a Deus com os olhos fixos no violão:
"Eis-me aqui, outra vez, diante de Ti abro meu coração. Meu clamor, Tu escutas e fazes cair as barreiras em mim. És fiel Senhor e dizes palavras de amor, esperança sem fim, ao sentir Teu toque, por Tua vontade libertas meu ser... no calor deste lugar eu venho me derramar, dizer que te amo, me derramar, dizer-te preciso, me derramar, dizer que sou grato, me derramar, dizer que és formoso"

E ele realmente começou a se derramar. Não conseguia cantar porque chorava. Adorava a Deus, se esforçava para repetir o trecho "me derramar, dizer que sou grato" e todos nós começamos a adorar e chorar. Ele explicou o pranto enquanto tocava "...eu me lembrei de todos os violões que já tive."(...) "é lindo demais, um sonho ter um violão desse".

Nos abraçamos, as filhas, a esposa... um momento de silêncio e emoção. A família memorizou o momento precioso de um sonho sendo realizado. Agradecíamos a Deus no nosso íntimo por um instante de tão profunda alegria. Ele sempre nos contava sobre seu primeiro violão, feito com lata de óleo e fio de aço que ele pegava na rua e tocava se esforçando pra ser o melhor músico da rua. De repente, ele ganhou o melhor modelo, a melhor sonoridade, o precioso instrumento para adorar com excelência.

Meu pai é excelente, ele merece um violão novo. Foi só o primeiro de muitos sonhos que Deus realizará na vida dele. Que esse instrumento o inspire a adorar como suas lágrimas nos inspiraram a amar cada dia mais essa fraternidade.

Com tão pouco, pudemos dar tanto! Valeu a pena cada esforço.

O sorriso era previsível, as lágrimas, não. E ver a emoção de um pai-herói ter um sonho realizado, não tem preço. Fui dar um presente e acabei sendo presenteada...

O som da sua voz... o louvor de um humilde coração... e as lágrimas de um violão.
Te amo pai.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Segundas-feiras

Cheguei em casa, pai vendo futebol na cozinha, irmã + velha (chatonilda) vendo seriado na sala...
arght! e eu louca pra assistir especial sobre a China no Discovery Channel. Resultado? Me restou twitar e blogar.
Depois dos acontecimentos absurdos dos últimos meses que quase me fizeram virar budista e ser simplesmente ZEM, resolvi sacudir a poeira e prosseguir para o alvo esquecendo-me das coisas q para trás ficam (ou que ficam no quarto ao lado) ¬¬ aff. Localidade e tempo não importam; basta q a decisão d deixar para trás seja predominante.
Anyway, vou listar o q andou acontecendo em minha vida 10interessante:

- Recebi um monte de recados encorajadores sobre "o deserto q atravessei...ngm me viu passar, estranha e só...nem pude ver" hehehe, melô da mel! (perco o amigo,mas ñ a piada!)
- Presenciei uma discórdia q fez máscaras de pano serem rasgadas. A querida se tornou repugnante. Mas nada de amarguras, meu coração saiu dessa praia de dores. Só averbei mais uma decepção na lista de Lições da Vida e resolvi ser esperta, parar d achar q td mundo é "amiguinho" (só se for entre ASPAS mesmo).
- De repente - chegou uma intimação no meu último sábado de férias! Às 8h27 da manhã meus pais me chamam meio assustados: "Mel, acorda! Tem uma oficial de justiça aí na porta atrás de você!"
Ri muito, mas só dps q assinei a intimação, dormi e acordei (ao meio-dia). Todo mundo achando que eu ía pra cadeia...ts ts ts.

Li a intimação e memorizei a data: 04/09/2008. Olhei no calendário e vi que segunda-feira era dia 4. Na segunda-feira, respectivo dia, fui p/o serviço, li td no CC e no CPC para verificar meu direito de pedir e o andamento do processo em juizado especial; fui trabalhar mais cedo e saí do TSE às 12h28 caminhando rapidamente até o metrô, cheguei na cidade da audiência (Guará 2) ao 12h55, corri até a parada, esperei o micro-ônibus q não passava e acabei pegando o ônibus do Riacho Fundo.
Sob o sol da toscana (do verbo TOSCO), lá vou eu, toda ajeitadinha, tensa, rezando p/vencer uma causa de R$500,00 pilas contra a TAM. ¬¬³

-------------------------"Realiiiiza, realiiiiiiza!!"------------------------------

Chego no Juizado Especial e nada acontece, ngm me chama. Após 30min sendo ignorada,fui checar o Edital em frente a sala de audiências. Meu nome não estava lá. Fui na secretaria e falei com um servidor q deveria estar aposentado: "senhor, estou c/minha intimação, mas não estou na lista de audiências. Confira, por favor?"
O senhor q tremia de velhice enquanto lia minha intimação e ajustava os óculos, me respondeu com expressão de piedade "é mês que vem a sua audiência. Dia 04 do 09, nós estamos em 04 do 08".

-------------------------AAAAAAAAHHHHHHHHHH--------------------

Foi "duca" a angústia que invadiu meu ser. Sem delongas, voltei pro trabalho imediatamente e fui zoada até no twitter. Tinha cópia da minha intimação com a data grifada, bem na frente do meu monitor. Minha própria mãe me ligou para gargalhar.

....... provações.
Não me venha com ladainhas sobre deserto! só se for o deserto da minha cabeça q fica protegido pelo crânio.
--------------------------------F-A-C-U-L -------------------------------
Hoje foi o Primeiro dia de aula; no primeiro tempo vem a professora cumprimentar os alunos como se fôssemos filhotes de poodle "Olá alunos, eu gosto taaaanto de direito! Direito Imobiliário é liiiiindo!!". Pensei: "PRA QUÊ ESSA VOZ NASAL CHEIA DE DENGO? Não sou seu poopy!"
Blá blá bla, prestei atenção, anotei 2 parágrafos e qnd comecei a cochilar bateu o sinal. Ufa.
Intervalo - fui buscar o resultado da provinha de Prática Jurídica. Ótimo! Vou advogar em Taguatinga ou no Guará2. Fui bem no teste de nivelamento, quem diria!? Há cactos no deserto craniano.
Segundo tempo: sociologia jurídica - 21h....21h30...22h...22h30... - e o professor empolgadinho, com aquela cara assustadora de FOFÃO falando que não tem prova de recuperação de nota. Pensei: "&#$&*..." cri.
Não importa o q pensei c/meus cactos... vou finalizar a postagem p/estudar sociologia. ¬¬

Corri pra parada, ÔNIBUS LOTADO! Fiz a longa viagem de pé, no canto, encostada na janela e os braços suspensos (#isso sim é prisão! sem obedecer o rito processual!#$&*@#).

Realidade... rotina... responsabilidades.

Cheguei em casa, fui direto na panela de sopa de legumes c/macarrão! Lembrei dela o dia todo, doidinha para experimentar. Peguei na geladeira e quando abri o odor inundou minhas narinas e a paciência foi pro lixo junto com os fungos.
Apelei pro leite com internet.

Não sei mt sobre o deserto.... só sei que todos os dias parecem uma nova segunda-feira. Sem melancolia, eu morro de rir de td isso.

Grande beijo leitores. Desculpe ñ ter nenhuma lição ou grandes filosofias. Ao menos vcs irão prestar atenção nas datas das intimações...
Aceito convite p/tomar uma sopa.
=/

Ainda estou meditando sobre "mente ingênua e moral irresponsável",viu? Pequena coisa vã.